Nos bairros Ponta Negra, Adrianópolis, Vila Municipal, Morada do Sol, na região do Aleixo e Parque 10, percebe-se a aplicação de maiores investimentos.
Após expandir-se desgovernadamente de forma horizontal as décadas de 80 e 90, a cidade de Manaus passou a adotar nos últimos anos o padrão da verticalização. Nos bairros nobres da capital, concentrados nas Zonas Sul, Centro-Sul e Oeste, as construtoras levantaram prédios com até 18 andares, com mais de 35 metros.
Se por um lado, a edificação de prédios deste porte proporciona privacidade, segurança e qualidade de vida - a quem opta por este tipo de moradia -, por outro, esse tipo expansão impulsiva pode gerar perda na infraestrutura e qualidade dos serviços prestados à população de outras zonas da cidade.
Nos bairros onde as construções estão a pleno vapor, como na Ponta Negra, Adrianópolis, Vila Municipal, Morada do Sol, na região do Aleixo e Parque 10, percebe-se a aplicação de maiores investimentos pelo poder público.
São ao menos cinco viadutos, vias com melhor pavimentação, maior número de delegacias e postos hospitalares por área, além do policiamento ostensivo e transporte coletivo a todo instante.
O exemplo desse tipo de investimento pode ser notado com instalação de semáforos inteligentes em 28 cruzamentos inseridos no quadrilátero que abrange as avenidas Umberto Calderaro, avenida Álvaro Maia, Constantino Nery e João Valério (rua Salvador), na Zona Centro-Sul.
No entanto, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (Cau-AM), Jaime Kuck, ressalta que os atuais critérios da verticalização, baseados no Plano Diretor, servem para que o processo de construção não ocorra de maneira desordenada. “O objetivo do Plano é esse: ele considera a infraestrutura, densidade e a parte viária para que o processo seja elaborado”, explica.
Embora o especialista seja a favor do crescimento urbano vertical, ele adverte que pode haver uma desvalorização do mercado em outras zonas, já que o “boom” das construções está praticamente concentrado na Zona Centro-Sul, e parte na Zona Centro-Oeste.
“A questão da verticalização é bastante complexa, ela acontece com o objetivo de criar um alto padrão e se restringe a determinadas áreas. Não tem como investir em áreas onde não há valorização de mercado”, disse.
Densidade da capital é baixa
De acordo com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo-AM, a densidade de habitante em Manaus é baixa. Na década 60, eram cem habitantes por hectare. Hoje é de 30 por hectare. “Estamos numa cidade grande, porém numa relação desproporcional em área física e número de habitantes”.
Situação incomoda ‘horizontais’
Alguns moradores de condomínios horizontais não aprovam as construções de prédios nos arredores das casas. “Quando passei a morar com meus pais, além da segurança e infraestrutura, a privacidade também foi um dos principais motivos da escolha. Queria estar afastado da correria dos bairros mais centrais. Não sou contra a construção de edifícios, mas sei que vai tirar minha privacidade e o trânsito também vai ficar mais intenso aqui”, disse Deywe Rodrigo, 28, morador da rua 1 do conjunto Duque de Caxias, Zona Centro-Sul. No conjunto, parte das casas faz fundo com um condomínio de quatro torres com altura de 10 a 12 andares.
O empresário André Holanda, 40, é mais radical, para ele deveria ser proibido a construção de edifícios nos arredores dos condomínios. “A prefeitura não deveria permitir, além disso, desvaloriza nossos imóveis. Acho um absurdo”.
Entre os investimentos que serão feitos para amenizar o caos no trânsito, principalmente na Zona Centro-Sul, está o Bus Rapid Transit (BRT), que terá recursos na ordem de R$ 223 milhões, a fim de “desafogar” as principais, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). A obra está prevista iniciar em 60 dias.
Fonte: A Crítica.com
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