segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Minha Casa, Minha Vida ainda não entregou metade das casas

Programa habitacional do governo federal deixou de fornecer 400 mil moradias - metade das prometidas.


No vigésimo mês após o encerramento do governo do ex-presidente Lula, quase metade das casas contratadas na primeira versão do programa Minha Casa, Minha Vida ainda não foi entregue. Trata-se de mais de 400 mil do total de um milhão de novas habitações.
Essa situação é crítica principalmente para os mais pobres. Do total de 483 mil residências prometidas para quem ganha até R$ 1,6 mil, apenas 208 mil estão ocupadas, ou seja, 57% ainda estão à espera dos novos moradores.
Os números das primeira e segunda fases nunca haviam sido divulgados em separado, ocultando a lentidão nas entregas contratadas nos primeiros oito anos do governo do PT.
A maior celeridade da 2 fase do programa, já na era da presidente Dilma Rousseff, acaba por tornar o desempenho geral melhor, levando a 856 mil o número de residências já entregues ao todo. O problema é que o governo tem metas para as contratações do programa, mas não para a entrega das casas aos moradores.
“Acho que o governo iludiu o povo porque a maioria não consegue (a casa). E tem muita casa pronta, mas não tem como chegar até lá, fazer o cadastro e ser aprovado para morar”, criticou Rita de Cássia Guimarães, que fundou a ONG Mami, no Distrito Federal, com a qual auxilia famílias da região de Riacho Fundo a preencherem os cadastros dos programas governamentais de moradia.
Da fase 1, há ainda 80 mil imóveis que sequer atingiram 50% de seu estágio de execução, de acordo com os dados de 24 de julho deste ano. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa, prevê que, até o fim deste ano, será entregue o restante das casas prometidas.
Quanto mais o tempo passa, no entanto, menor é a probabilidade de que todos esses imóveis cheguem a seus novos donos. Como os valores pagos aos construtores não são corrigidos desde 2010 e os custos das obras aumentaram, tornam-se pequenas as chances deles terminarem as novas habitações sem receber um valor extra.
A demora nas entregas foi motivada por uma série de razões que, em geral, têm sido sanadas ou dribladas na 2 versão do programa, entre elas a falta de contrapartidas de estados e municípios, que deveriam oferecer sem custo, por exemplo, os terrenos onde seriam construídos imóveis com um teto de até R$ 56 mil por casa.

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