No vigésimo mês após o encerramento do governo do ex-presidente Lula,
quase metade das casas contratadas na primeira versão do programa Minha
Casa, Minha Vida ainda não foi entregue. Trata-se de mais de 400 mil do
total de um milhão de novas habitações.
Essa situação é crítica principalmente para os mais pobres. Do total
de 483 mil residências prometidas para quem ganha até R$ 1,6 mil, apenas
208 mil estão ocupadas, ou seja, 57% ainda estão à espera dos novos
moradores.
Os números das primeira e segunda fases nunca haviam sido divulgados
em separado, ocultando a lentidão nas entregas contratadas nos primeiros
oito anos do governo do PT.
A maior celeridade da 2 fase do programa, já na era da presidente
Dilma Rousseff, acaba por tornar o desempenho geral melhor, levando a
856 mil o número de residências já entregues ao todo. O problema é que o
governo tem metas para as contratações do programa, mas não para a
entrega das casas aos moradores.
“Acho que o governo iludiu o povo porque a maioria não consegue (a
casa). E tem muita casa pronta, mas não tem como chegar até lá, fazer o
cadastro e ser aprovado para morar”, criticou Rita de Cássia Guimarães,
que fundou a ONG Mami, no Distrito Federal, com a qual auxilia famílias
da região de Riacho Fundo a preencherem os cadastros dos programas
governamentais de moradia.
Da fase 1, há ainda 80 mil imóveis que sequer atingiram 50% de seu
estágio de execução, de acordo com os dados de 24 de julho deste ano. A
Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa, prevê que, até o fim
deste ano, será entregue o restante das casas prometidas.
Quanto mais o tempo passa, no entanto, menor é a probabilidade de que
todos esses imóveis cheguem a seus novos donos. Como os valores pagos
aos construtores não são corrigidos desde 2010 e os custos das obras
aumentaram, tornam-se pequenas as chances deles terminarem as novas
habitações sem receber um valor extra.
A demora nas entregas foi motivada por uma série de razões que, em
geral, têm sido sanadas ou dribladas na 2 versão do programa, entre elas
a falta de contrapartidas de estados e municípios, que deveriam
oferecer sem custo, por exemplo, os terrenos onde seriam construídos
imóveis com um teto de até R$ 56 mil por casa.
Fonte: Rede Bom Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário