terça-feira, 4 de setembro de 2012

Bairros de Manaus #3: Parque 10

Bom dia amigos do MBusca News!

Hoje é dia de conhecer mais um bairro de nossa querida Manaus e elegemos um bairro que é uma referência tanto para morar quanto para ter um negócio: o Parque 10. Apontado por muitos como o melhor bairro da capital, ele possui uma infinidade de condomínios residenciais, lojas, restaurantes, salões de beleza, bancos, shoppings, etc. Também possui seus problemas, como veremos mais adiante. Particularmente, 8 entre 10 amigos meus dizem que querem morar lá. Vamos conhecer melhor esse bairro.

Vista aérea do Parque 10

 O Parque 10 foi criado em 1938 para homenagear um dos regimes políticos mais tiranos da história brasileira. Um ano antes, em 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas havia fechado o Congresso Nacional, instalado o Estado Novo, eliminado as liberdades individuais dos brasileiros e enchendo as cadeias de presos políticos. O endurecimento do regime não impediu que, em Manaus, fosse criado o balneário do Parque 10, estruturado para receber as famílias amazonenses em sua piscina natural, abastecida pelas águas límpidas do igarapé do Mindu, em vasta área verde, com zoológico e um restaurante para a satisfação gastronômica dos freqüentadores.

O acesso ao balneário se dava pela rua Recife, que descia do bairro de Adrianópolis, em pista pavimentada de cimento, até o Parque 10. Nas imediações, onde hoje está aberta a Avenida Efigênio Sales, uma vereda, antigamente conhecida por V-8, levava a inúmeras chácaras, todas tendo ao fundo o igarapé do Mindu, formando banhos particulares. O bairro estava nos limites extremos de Manaus e, ao atravessar o igarapé, a floresta predominava em toda sua extensão. O local permaneceu por muito tempo como enorme área de lazer, onde os manauaras se refrescavam dos dias quentes e se esqueciam do mormaço econômico que insistia em medrar no Amazonas.

No entanto, a área do Parque 10 sofre todas as conseqüências advindas de nova mudança de regime político, agora com o golpe de Estado de 1964, praticado pelos militares, que resultou na criação da Zona Franca de Manaus e na edificação do conjunto residencial Castelo Branco, para atender a política habitacional do novo governo. Construído pela Cohabam (Companhia Habitacional do Amazonas), com recursos federais, o conjunto é inaugurado em 1969 e começa a receber seus primeiros moradores, que ocupam as casas sem toda a infra-estrutura desejada para moradias. As casas, de um, dois e três quartos, tinham banheiro, cozinha, uma varanda na frente e quintal sem muro. Construídas em área totalmente desmatada, as casas estavam expostas às ventanias e temporais que arrancavam telhados e causavam destruição no conjunto.

Problemas

Um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores era a falta de transporte coletivo, uma vez que as ruas não eram asfaltadas e valas imensas impediam o livre trânsito de ônibus e outros veículos. Os moradores se deslocavam até as paradas de ônibus descalços ou então com sacos amarrados nos pés, para evitar sujar os sapatos no barro argiloso. Ja hoje em dia, um dos maiores problemas é a segurança para os moradores, principalmente por ser um bairro possuidor de muitos comércios, e como já foi citado de casas de classe média. Quem nao tem condiçoes de comprar uma cerca elétrica, alarme, e equipamentos de segurança, fica sendo vulneravel aos crimes no bairro.

Melhorias

As melhorias urbanísticas não tardaram a chegar. As ruas foram asfaltadas em 1973 e, no ano de 1977, atendendo ao pedido da comunidade que sentia necessidade de um local que proporcionasse entretenimento e prestação de serviço, o então prefeito Jorge Teixeira de Oliveira deu início à construção do CSU (Centro Social Urbano), com recursos do PNCSU (Plano Nacional de Centros Sociais Urbanos). O CSU seguiu o mesmo protocolo de homenagens do período e recebeu o nome do primeiro presidente do regime militar, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, inaugurado em 25 de julho do mesmo ano.

CSU do Parque 10

 O projeto beneficiava a comunidade com uma extensa área verde, duas piscinas, quadra polivalente e dois campos de futebol. Foi construída também uma creche em tempo integral, atendendo a crianças com idade de três a cinco anos. Enquanto o balneário do Parque Dez perdia seu esplêndor dos primeiros tempos, esquecido pela população que buscava novos recantos de lazer pela cidade, favorecida agora com abertura de novas vias de acesso para a Ponta Negra e o Tarumã, em torno do conjunto Castelo Branco se formou uma grande área de conjuntos habitacionais, como o Jardim Meridional, Parque Tropical, Pindorama, Jardim Yolanda, Jardim Amazonas, Samambaia, Itaoca, Consag, Vila da Barra, Murici I e II, Uirapuru, Mucuripe, Eldorado, Novo Horizonte, Juliana, Novo Mundo, Jauaperi, Jardim Primavera, Nova Friburgo, Sausalito, Malibu, Jardim Imperial, Verdes Mares I e II, Ipanema, Barra Bela, Vila do Rey, Arthur Reis, Encol, Real, Parque Shangri-lá I a VII, Califórnia e Itália.

Área residencial
 
Estas novas moradias deram ao bairro seu aspecto atual de importante área residencial, a quarta em rende per capita de Manaus. Numa tentativa de restaurar o antigo atrativo do balneário, o prefeito de Manaus, José Fernandes, empreendeu uma reforma total na área, mas não alcançou o mesmo sucesso de outrora devido ao comprometimento da qualidade das águas do igarapé do Mindu, que sofria as primeiras agressões ambientais por causa das inúmeras residências que despejam os esgotos em seu leito. No entanto, para preservar as imensas áreas verdes do bairro foi criado, em 1992, o Parque Municipal do Mindu, como área de interesse ecológico de 330.000 metros quadrados. No parque, são desenvolvidas atividades científicas, educativas, culturais e turísticas. É um dos últimos refúgios do sauim-de-manaus, macaco que só existe na região da cidade e está ameaçado de extinção.

Parque do Mindu


Alto padrão econômico

O Parque 10 é hoje um bairro que concentra grande atividade comercial sem prejudicar seu aspecto residencial de alto padrão econômico. A comunidade está atendida por agências bancárias, casa lotérica, restaurantes, casas de show e toda a infra-estrutura básica proporcionada pelo poder público. Possui escolas públicas e particulares, uma delegacia especializada, a Delegacia da Mulher, e uma efervescente vida cultural e noturna, como pode ser notada na praça do Caranguejo, no conjunto Eldorado.

Praça do Caranguejo

A rua do Comércio, no conjunto Castelo Branco, concentra a maioria das lojas e serviços do bairro, mas em todo o perímetro do logradouro pode ser encontrado algum estabelecimento comercial. O Parque Dez faz de sua vocação econômica a principal razão para receber tantos visitantes de outras localidades, que buscam no bairro os serviços de restaurantes e outras atrações proporcionadas pelas empresas instaladas na região. O bairro está próximo de grandes shoppings centers e é servido por variadas linhas de transporte coletivo, que se dirigem para todas as direções da cidade.






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